sexta-feira, 15 de abril de 2011

Agenda e expectativas do dia 15/04


Expectativas para hoje

O dia, hoje, começa com uma sensação de retrospectiva do cenário internacional. Nos EUA, dados decepcionantes do mercado de trabalho, na China, superaquecimento da economia e riscos inflacionários e, na Europa, Grécia e Irlanda de volta ao centro das atenções por seus problemas quanto ao endividamento.

Ontem, a divulgação dos pedidos de auxílio desemprego nos EUA, muito acima do esperado, e do índice de preços ao produtor, também acima do esperado, serviram de munição aos dirigentes do FED que criticam a condução da política monetária. Diferentemente do Banco Central brasileiro, que tem por vocação perseguir a meta de inflação, o Federal Reserve tem um duplo mandato, que inclui também a manutenção do desemprego em níveis baixos. Em sua última reunião, o comitê de política monetária americano decidiu manter o programa de compra de títulos do tesouro, bem como a banda de juros entre 0% e 0,25%. Hoje, a divulgação do CPI (inflação ao consumidor) e, mais especificamente, da variação de seu núcleo, que norteia as decisões do FED, tem força para mover a tendência dos negócios em Wall Street.

Na China, a divulgação, ontem à noite, de uma bateria de indicadores macroeconômicos fez aumentar as apostas por novas medidas do governo local para combater o superaquecimento da economia e a inflação a ele associada. Foi informado que o PIB chinês cresceu 9,7% neste primeiro trimestre, enquanto a produção industrial avançou 14,8% e a inflação ao consumidor 5,4%, todos em base anual.

Finalmente, na Europa, espera-se que a Grécia anuncie novas medidas de austeridade na tentativa de equilibrar as contas públicas. O governo de Atenas já vem bastante desgastado frente à opinião pública por conta de medidas impopulares, reduzindo os benefícios, principalmente, do funcionalismo público, o que já levou a muitas manifestações populares. Agora, a situação se complica, já que o momento é de aperto na política monetária da Z. do Euro, dificultando a capacidade dos governos locais financiarem suas dívidas via emissões de títulos soberanos. Também a Irlanda surge no noticiário, com seu rating novamente rebaixado pela agência de classificação de risco Moody’s.

Na agenda do dia, vale a pena acompanhar também a divulgação do índice Empire State sobre a atividade de Nova York, a produção industrial de Março nos EUA e o índice de confiança dos consumidores norte-americanos medido para Abril pela Universidade de Michigan.

Nos mercados, os índices acionários seguem em direções opostas, com a Europa em leve alta, enquanto os futuros de Nova Iorque apontam para baixa moderada. A questão da dívida na periferia da Z. do Euro já impacta a cotação da moeda comum, que cede frente ao dólar, o que, indiretamente, influencia a alta do petróleo neste momento.

No Brasil, apenas o IGP-10 está previsto na agenda de indicadores. Enquanto isso, o debate sobre a elevação da Selic pelo Copom, semana que vem, segue dividindo opiniões, conforme apontou a pesquisa da Agência Estado. De 70 instituições consultadas, 49 esperam alta de 0,5% na taxa básica, 20 apostam em 0,25% e apenas uma acredita na estabilidade, aos 11,75% a.a. Já pela agência Reuters, de 26 instituições consultadas, 14 se posicionaram na alta de 0,5% e 11 esperam que a elevação seja de 0,25%. Apenas uma aposta em manutenção.

BOLSA, CÂMBIO E JUROS

As bolsas de valores, hoje, devem manter o clima de cautela por conta de renovadas preocupações sobre as economias da China, Europa e EUA.

O reavivamento da questão da dívida na Europa enfraquece o euro frente ao dólar, enquanto, no Brasil, este efeito é contrabalançado pela expectativa de fluxo nas próximas semanas.

Para os juros, o dia ainda deve ser de ajustes das apostas para o Copom da semana que vem, sem novos dados que possam direcionar as expectativas.

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