Expectativas para hoje
Durante o final de semana foram divulgados indicadores positivos na China. Os dados da balança comercial chinesa, divulgados no sábado, mostram que as exportações voltaram a superar as importações e, apesar de pequeno, o superávit comercial (US$ 140 milhões) é mais animador que o déficit esperado. E por falar em China, durante a semana sairão o PIB do primeiro trimestre, e vários indicadores referentes ao mês de março: índices de inflação ao consumidor (CPI) e do atacado (PPI), produção industrial e vendas no varejo, todos na quinta-feira.
Aqui no Brasil, na área cambial, as medidas que vêm sendo adotadas para conter a queda do dólar não convencem e a força do fluxo de entrada continua pressionando as cotações para baixo. A perspectiva de juros baixos por mais um bom tempo nos EUA, mesmo diante da inflação em alta, e a sinalização de que o aperto monetário na Zona do Euro não se limitará à última decisão do BCE enfraquece ainda mais o dólar. Assim, a tendência é a de que a liquidez internacional continue elevada e o fluxo de recursos que aportam ao Brasil não deva diminuir. No mais, se o dólar baixo não é bom, também não chega a ser de todo ruim, pois acaba ajudando a segurar a inflação doméstica, que insiste em se manter elevada.
Já o petróleo, com o dólar em queda, não deverá ceder, pois a tendência é a de que o mercado de commodities continue a absorver recursos que fogem da meda norte-americana. Na sexta-feira, o Brent com vencimento nesta semana fechou em US$126,65 (+3,24), enquanto o WTI encerrou em US$ 112,79 (+2,26%).
Apesar da tendência geral, os mercados de câmbio e de commodities podem ter um dia mais tranquilo hoje, em conseqüência do acordo entre democratas e republicanos sobre o Orçamento dos EUA, evitando, assim, a paralisação dos serviços que dependem do governo.
Hoje pela manhã, as bolsas operam próximas da estabilidade na Europa (+0,15% em Londres; +0,2% em Frankfurt; e -0,5% em Paris), enquanto os índices futuros das bolsas de Nova Iorque apontavam ganhos, com o S&P 500 subindo 0,22% e o Nasdaq +0,33%. No mercado de moedas, o dólar subia em relação ao euro, mas caía frente ao iene.
Nas commodities, o petróleo Brent caía 1,03%, cotado a US$125,34 o barril, enquanto o WTI recuava 0,84% cotado em US$111,84. Dentre as metálicas, o cobre estava sendo negociado com perda de 0,33%. A aceitação da Líbia de um plano de paz proposto pela União Africana contribui para a queda das cotações do petróleo.
Dentre os indicadores domésticos, hoje cedo, saíram o IPC-Fipe, relativo à primeira quadrissemana do mês e a primeira prévia do IGP-M. O índice que mede a inflação na cidade de São Paulo ficou acima do teto das expectativas (0,37% a 0,45%), em 0,48%. O IGP-M ficou dentro da faixa de previsões, mas acima da mediana. O índice registrou alta de 0,55%, acelerando em relação à primeira prévia de março (0,48%). As estimativas iam de 0,32% a 0,59%, com mediana de 0,50%.
Na pesquisa Focus, alta do IPCA e do IGP-M para 2011; o IGP-M também registra elevação das estimativas para 2012. As previsões para o câmbio são de taxas mais baixas para os dois anos. O PIB de 2012 cai, enquanto a Produção industrial cai em 2011 e sobe em 2012. Para a Selic de fim de período as previsões não se alteraram. O resumo das principais estimativas da Focus encontra-se no quadro seguinte:
BOLSA, CÂMBIO E JUROS
O mercado de renda variável inicia o dia sem uma direção definida. A falta de indicadores nos EUA não ajuda na definição de uma tendência. Podem acabar prevalecendo ajustes técnicos.
O dólar ganhou alguma força no mercado internacional depois do acordo para aprovação do Orçamento dos EUA. Mas, por aqui, não há garantia de nada. O que deve continuar sendo determinante é o fluxo.
A pesquisa Focus e os índices de inflação divulgados hoje podem dar motivos para que os DI elevem mais um pouco as taxas nos diferentes vencimentos.
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