Expectativas para hoje
Relatórios da Agência Internacional de Energia (AIE) e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), divulgados ontem, prevendo queda na demanda diante dos preços muito elevados desencadearam um forte movimento de venda no mercado futuro da commodity, contaminando outros mercados. A generalização do sentimento de aversão ao risco foi suportada pela leitura feita pelos investidores de que a redução da demanda por petróleo afetaria o ritmo de recuperação da economia mundial. Antes disso, a elevação do grau de alerta do acidente nuclear do Japão de cinco para sete (maior nível da escala) e o resultado da ALCOA, divulgado na noite anterior, começaram a montar o pano de fundo que derrubou os preços das ações e das commodities.
Hoje o dia amanheceu mais tranqüilo, com os mercados buscando reverter as perdas de ontem. Os indicadores anunciados até agora, se não são muito bons, também não chegam a atrapalhar.
A Produção Industrial na Zona do euro registrou expansão de 0,4% em fevereiro, relativamente ao mês anterior. Na comparação com fevereiro do ano passado, o crescimento foi de 7,3%. Puxado pelo desempenho da Alemanha e da Itália (+1,4%), o aumento ficou abaixo das previsões (0,8% na margem e 7,9% em base anual). Grécia e Irlanda tiveram a produção da indústria em declínio, de 1,0% e 2,5%, respectivamente.
No Reino Unido, a taxa de desemprego, apurada pelo Escritório para Estatísticas Nacionais (ONS), recuou de 8,0% para 7,8% em fevereiro, na primeira queda do índice depois de cinco meses. Com o índice, que é calculado para o período de três meses, foi divulgado também o número de novos pedidos de auxílio desemprego, que subiram em 500, quando era esperada a queda de cinco mil.
Na França, a inflação de março, medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI), cresceu 0,8% em relação a fevereiro e 2,0% sobre março de 2010, superando as projeções que apontavam 0,6% na base mensal e 1,8% na anual.
Na agenda externa, destacam-se as Vendas no Varejo e o Livro Bege, nos EUA. O balanço trimestral do Banco JP Morgan, divulgado antes da abertura dos negócios nos EUA, reportou um aumento de 67% no lucro, na comparação com o primeiro trimestre de 2010. O lucro passou de US$ 3,33 bilhões (US$ 0,74 por ação) para US$ 5,56 bilhões (US$ 1,28 por ação), ficando acima dos US$ 1,16 por ação esperado pelos analistas.
Hoje, pouco depois das 9h30, as bolsas operavam com ganhos na Europa (+1,30% em Londres; +1,27% em Frankfurt; e 1,24% em Paris), na mesma direção dos índices futuros das bolsas de Nova Iorque, onde o S&P 500 subia 0,73% e o Nasdaq +0,82%.
No mercado de moedas, o euro subia 0,09% em relação ao dólar, cotado em US$1,4490, enquanto o este subia 0,65% frente ao iene.
Nas commodities, o petróleo voltava a subir. O Brent ganhava 0,89%, cotado a US$122,00 o barril, e o WTI 0,52% cotado em US$106,80. Nas metálicas, o cobre ainda apresentava uma leve queda de 0,07%.
BOLSA, CÂMBIO E JUROS
A Bovespa deverá acompanhar a melhora do ambiente de negócios no exterior e buscar uma trajetória de recuperação para as perdas de ontem.
A contração do fluxo de recursos observada ontem deve voltar ao padrão normal do período recente. Com entrada de recursos mais forte, o dólar deve voltar a cair frente ao real.
Sem novidades na agenda doméstica e com o cenário externo mais tranqüilo, os juros deverão ter um dia de maior estabilidade
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