Expectativas para hoje
Enfim veio mais uma medida a se juntar ao conjunto das medidas macroprudenciais de contenção ao crédito, como vinha antecipando o Banco Central através de seus comunicados. Com o aumento do IOF para o crédito às pessoas físicas (de 1,5% para 3%) a Fazenda tem a intenção de refrear o consumo tentando evitar maiores elevações no juro. A ação da Fazenda vem em linha com a visão do BC sobre a necessidade de contenção da evolução do crédito, que expande hoje na casa de 21% ao ano, preocupação anunciada pelo próprio presidente do Bacen, Alexandre Tombini, que já se manifestou acreditar em ritmo de crescimento entre 10% e 15% ao ano como o desejável.
A preocupação da evolução inflacionária foi na realidade o “estopim” para a decisão de subir o IOF para o crédito às pessoas físicas como bem admitiu o ministro Mantega. O IPCA de março em 0,79% superou as expectativas tanto do ministro quanto do mercado que, convencido ou não, já precificou um ajuste menor para a Selic, de 0,25 p.p., para finalizar o ciclo de aperto, diante às últimas evidências. A esticada dos prêmios que aconteceu pela manhã arrefeceu depois da convocação do ministro e não se elevou nos contratos mais longos por conta da postura mais branda do BC ante ao dólar ontem. A moeda norte-americana, que repercutia o fraco impacto das medidas anunciadas quarta-feira, derretia no pregão sem qualquer esboço de intervenção mais agressiva do Banco Central, que realizou apenas dois leilões, já rotineiros.
A agenda hoje é vazia tanto no âmbito doméstico quanto internacional. O IPC-S divulgado pela FGV apresentou nova alta, a quinta consecutiva, passando de 0,71% para 0,89% na ultima medição. O IBGE divulga também o emprego industrial de fevereiro.
Lá fora, no Reino Unido, o PPI apresentou alta de 5,4% em março contra 5,3% em fevereiro indicando que a decisão do Banco da Inglaterra sobre juros, ontem, descolada do Banco Central Europeu, talvez não dure por muito tempo.
As bolsas na Ásia se sustentaram em alta, mesmo depois de novo forte tremor de terra no Japão que contou com novo alarme para tsunami, desarmado uma hora depois. Na Europa as bolsas operam em alta, ensejando um dia mais ameno no mercado.
BOLSA, CÂMBIO E JUROS
Ao se balizar nas principais praças internacionais a Bovespa teria espaço para novos ganhos, embora a agenda esvaziada possa permitir ajustes técnicos da semana.
A divisa norte-americana se deprecia frente ao euro, e também ao iene, indicando que pode apresentar nova queda em relação ao Real hoje.
Os juros devem se ajustar às medidas de contenção ao crédito anunciadas ontem, posicionando entre um possível arrefecimento do consumo e uma trajetória não amistosa da inflação.
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