Expectativas para hoje
A semana passada se encerrou com números surpreendentes sobre o nível de atividade, tanto aqui, como nos Estados Unidos. Na sexta-feira, o IBGE divulgou a produção industrial de fevereiro, que cresceu 1,9% na margem, acima das previsões mais otimistas do mercado. Esse dado indica uma recuperação forte da indústria, mas deve ser levado em conta também o efeito calendário. Com o carnaval no mês de março, fevereiro teve mais dias úteis do que de nos anos anteriores.
Nos Estados Unidos, os dados de emprego do mês de março também vieram melhores do que o esperado. A taxa de desemprego caiu para 8,8%, a menor em dois anos, e o número de vagas criadas (216 mil) superou as projeções de mercado.
Dessa forma, a semana começa com os mercados avaliando os impactos desses indicadores sobre a política monetária.
No âmbito doméstico, os contratos de juros futuros de curto prazo, que cederam ao longo da semana passada com a divulgação do Relatório de Inflação do Banco Central, voltaram a subir na sexta-feira, após o dado da produção industrial. Hoje foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo. Esse indicador desacelerou para 0,35% em março, de 0,60% em fevereiro. O índice veio no piso das expectativas, que variavam de 0,35% a 0,43%. Na quinta-feira saem dois indicadores importantes: o IPCA e IGP-DI. Assim, a inflação deve continuar entre as preocupações ao longo da semana.
Nos Estados Unidos, embora a maioria dos analistas ainda não acredite que o FED possa elevar juros neste ano, o resultado do desemprego se soma a uma série de outros indicadores positivos. Com isso, o ciclo de aperto monetário pode estar mais próximo do que se projetava anteriormente. Nesse contexto, o mercado presta mais atenção ao discurso que o presidente do banco central norte-americano, Ben Bernanke, fará hoje às 20h15 na conferência do FED em Atlanta, e na ata da última reunião do FED, que será divulgada amanhã.
Na Europa, a política monetária também está em foco. Na quinta-feira, o Banco Central Europeu se reúne e pode elevar os juros. Hoje foi divulgada a inflação ao produtor na Zona do Euro. Subiu 0,8% em fevereiro e 6,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, o maior avanço anual desde 2008, reforçando as preocupações com o nível de preços na Europa.
No mais, a agenda de indicadores financeiros para hoje é fraca, sem mais nenhum dado relevante previsto para hoje.
A bolsa de Tóquio fechou em leve alta nessa segunda-feira, de 0,11%. Na Europa, as principais bolsas também apresentam ligeira alta, com exceção a Paris, que cedia 0,4%. Os índices futuros em Nova Iorque também indicam uma abertura positiva nos mercados acionários norte-americanos. No mercado de commodities, alta tanto nas metálicas, com nas de energia.
Acompanhe abaixo as principais variações da pesquisa Focus nesta segunda-feira.
BOLSA, CÂMBIO E JUROS
De maneira geral, o dia de hoje deve ser marcado pelo clima de menor aversão ao risco nos mercados, com influência positiva para a Bovespa.
Após a expressiva queda do dólar na semana passada, o dia pode ser de recuperação. Com a cotação da divisa norte-america alcançando o menor patamar desde 2008, voltam as especulações sobre novas medidas cambiais.
No mercado de juros, os efeitos da nova rodada de deterioração nas expectativas inflacionárias trazida pela pesquisa Focus, podem ser amenizados com a desaceleração apontada pelo IPC-Fipe.
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